Autor: Ignacio Aguaded   Tradutora: Vanessa Matos https://doi.org/10.3916/escuela-de-autores-165 No novo JCR 2020, recentemente publicado, a novidade não é apenas a inclusão de uma nova atualização de dados, mas também a reconfiguração e ampliação considerável de toda a base de dados. Até agora, a Web of Science mantinha os periódicos de excelência segmentados e separados no Journal […]

Autor: Ignacio Aguaded   Tradutora: Vanessa Matos

https://doi.org/10.3916/escuela-de-autores-165

No novo JCR 2020, recentemente publicado, a novidade não é apenas a inclusão de uma nova atualização de dados, mas também a reconfiguração e ampliação considerável de toda a base de dados. Até agora, a Web of Science mantinha os periódicos de excelência segmentados e separados no Journal Citation Reports (JCR) em relação a outras bases, como Arts and Humanities (A&H) ou Emerging Journals (ESCI), que não tinham um fator de impacto mensurável e oficial.

Se inicialmente eram 11.800 o número de periódicos que o JCR clássico incluía até 2019, encontramos agora um total de 20.932 publicações (dado de 01-07-2021), dentre as quais ESCI e A&H estão integradas. Isso supõe não só uma mudança quantitativa (pois houve quase que uma duplicação da quantidade de periódicos indexados), mas também qualitativa, pois, a partir de agora, o JCR não é mais o que era. Símbolo exclusivo de excelência, o novo JCR hospeda agora as revistas que até então estavam fora do escopo de sua avaliação inicial porque eram avaliadas como de nível secundário (ESCI: com qualidade mensurável, mas pouco impacto, segundo a WoS), ou com pouco conjunto de citações em suas áreas (A&H).

Este é um passo importante e, talvez, necessário. A Scopus, por exemplo, vem implementando algumas ações nesta mesma direção há alguns anos. Dentre essas ações, destaca-se o fato de reunir todas as revistas científicas de nível internacional em uma base de dados abrangente (não esqueçamos de que, mesmo assim, o JCR cobre apenas metade da base de dados Scopus, que atualmente indexa 39.237 periódicos).

A partir de agora, os periódicos ESCI e A&H estão contemplados pelo Journal Citation Reports, que engloba todas as bases de dados, mas com uma diferença substancial: dois índices de medição – o JIF e o JCI.

Os antigos JCRs (que agora se distinguem por estarem no SCI = Sciences Citation Index Edition ou no SSCI = Social Sciences Citation Index) continuam a ter seu próprio fator de impacto, o agora clássico e prestigioso JIF (Journal Impact Factor), reservado novamente para o clube de excelência e não se aplicando ao restante das revistas.

Os periódicos de categoria e edição ESCI e A&H não são apenas integrados, mas são indexados e medidos com um novo fator, o JCI (Journal Citation Indicator), que também é compartilhado com os periódicos clássicos do JCR, que terão ambos os fatores de impacto.

Trata-se, sem dúvida, de uma grande mudança de nomenclatura mas, em essência, tudo permanece da mesma forma. Agora, o JCR clássico são os JCR-JIF que permanecem praticamente os mesmos. Em JCR-Education, agora JCR-JIF-Education, em 2019 havia 262 revistas e, em 2020, esse número foi de 264. Na Espanha, por exemplo, foram apenas 9 revistas neste seleto grupo. Em 2020, as revistas ainda são as mesmas, sem qualquer alteração além de sua classificação e quartis.

Consideramos que esta pode ser uma ótima notícia, pois agora todas as revistas ficam visíveis no clube “core” do mundo … Há revistas que podem ter, e de fato têm, um JCI maior do que outras com JIF, o que é indicativo de que o mundo das revistas se move.

A Espanha foi um dos países que mais se beneficiou deste novo modelo JCR. Continuamos contando, como no ano anterior, com apenas 124 periódicos JCR-JIF, dos quais 20 são JCR-JIF-Q1 (aumentamos mais de 25%). Devemos destacar o salto qualitativo importante na base geral do JCR, índice no qual alcançamos um total de 719 periódicos JCR (incluindo JCR-JIF junto com JCR-JCI).

‘Comunicar’ obteve os melhores dados de sua história. É a terceira revista em fator de impacto (JIF) na Espanha em todas as áreas e a segunda em volume de citações de todas as publicadas na Espanha. Além disso, no ranking geral do JCR-JIF é a 7ª revista do mundo dentre 234 revistas em ‘Educação’ (eram 24 revistas no ano anterior), agora com 97º percentil (3% principais mundiais). O fator JIF quase dobrou em relação ao ano anterior, de 3,37 para 6,01. No novo fator de medição, o JCR-JCI, “Comunicar ocupa a 11ª posição dentre 722. Em ‘Comunicação’, no JCR-JIF, subiu para o 9º lugar no mundo (top 10%) (de 94 periódicos), colocando-se em posição privilegiada na elite acadêmica mundial. No novo fator de medição, o JCR-JCI, “Comunicar” conquistou a 9ª posição no escopo de 204 periódicos. A notícia mais importante de todas é que, tanto em ‘Comunicação’ como em ‘Educação’, a revista ocupa a 1ª posição absoluta no mundo como uma revista abrangente de “Acesso Aberto”, alinhando-se às orientações da Comissão Europeia (Horizon Report), que objetivam fomentar e defender que a ciência seja aberta.

Em última análise, revisores, autores, editores e leitores, temos que nos acostumar com a nova terminologia. O JCR se tornou universal (como o WoS antes) e não é mais o que era; agora é mais abrangente, mas menos seletivo. Temos que começar a usar uma nova terminologia: JCR-JIF e JCR-JCI, ambos em paralelo, mas com distinções muito claras. A ciência seletiva continua se movendo e sendo medida – agora por meio do JCR-JIF.

Essas distinções são importantes para todos, mas, sobretudo, para pareceristas de agências de pesquisa, autores, editores, leitores etc

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