Autor: Ángel Hernando Gómez – Tradução: Lilian Ribeiro
Quando formulamos hipóteses ou estabelecemos objetivos, é normal, da ótica do ser humano em geral e do pesquisador em particular, que esperamos atingir nossos objetivos ou confirmar as hipóteses que propomos. É claro que uma hipótese confirmada é melhor que uma que não está confirmada.
Embora na maioria dos projetos de pesquisa que propomos, confirmamos as hipóteses e / ou atingimos os objetivos, nem sempre tem que ser assim, e de fato não é, então a tentação de “forçar” (tentação que se dirige tanto aos pesquisadores novos como aos não tão novos) a análise ou ocultar os resultados anômalos que aparecem – quando terminamos a análise de nossos resultados no final do trabalho de campo – é grande. Nunca podemos cair nessa tentação por pelo menos três razões, a primeira e simples é porque é antiética, a segunda porque estaríamos perdendo a verdade e a terceira é porque, em numerosas ocasiões, essas hipóteses não confirmadas podem ser mais enriquecedoras para a assunto que a simples confirmação do levantado. Se a hipótese foi confirmada, a conclusão é clara, uma vez que a questão de pesquisa foi respondida, mas se não foi confirmada, temos uma nova oportunidade para investigar, fazer novas perguntas ou reformular algumas daquelas que já havíamos feito. .
Ao longo de nossas investigações, às vezes encontramos resultados anômalos ou inesperados, estes nunca devem ser ocultados (pode ser uma sorte e nos deparamos com uma descoberta muito valiosa para a qual chegamos, sem procurá-la, acidentalmente!) uma vez que estamos abrindo caminho a novas propostas de pesquisa, novas linhas nas quais podemos projetar pesquisas para tentar responder ao que não esperávamos, que apareceram em nossos resultados. Esses resultados anômalos têm que ser trazidos à luz e temos que dar a eles a melhor explicação possível ou, simplesmente, dizer que os encontramos e, por enquanto, não podemos dar nenhuma explicação. Também pode acontecer que, se não mostrarmos esses resultados, o editor, que em muitos casos é ou também deve ser um bom pesquisador, será aquele que os trará à luz.
Devemos também aprender com o inesperado, o que a priori pode ser considerado como um fracasso ou uma fraqueza da nossa pesquisa não é assim, podemos considerá-lo uma força porque nos permite formular novas hipóteses ou propor novos objetivos de pesquisa (nós ou qualquer membro da comunidade acadêmica que trabalha ou investiga sobre o assunto) que, no final, o que eles farão é enriquecer a pesquisa no campo temático. Esta força só pode ser dada, obviamente, se em vez de escondê-los somos capazes de “trazer à luz” os resultados anormais ou inesperados que encontramos em nossas investigações.