Tradução: Lola Lerma Sanchis (Univ. Minho, Portugal)
As revistas científicas, com padrões internacionais e prestígio editorial, são muito rigorosas e transparentes nos processos de seleção de manuscritos, acusando a receção dos trabalhos enviados pelos autores e informando por mail e/ou na plataforma de gestão sobre todo o processo de aceitação/rejeição, e em caso de aceitação do processo de edição.
As páginas oficiais contêm as normas completas da publicação, além dos instrumentos complementares como a verificação prévia ao envio do manuscrito, os documentos de envio (se aplicável, carta de apresentação e folha de rosto para completar), o guia para a gestão do fluxo no OJS (plataforma), e inclusive publicam os protocolos de avaliação para revisores externos, a fim de que os autores conheçam o que vai ser avaliado.
Uma vez submetido o trabalho, as revistas de qualidade têm os tempos de todo o processo publicados, comprometendo-se explicitamente com o seu cumprimento. Por exemplo, em “Comunicar” é recebida a notificação da aceitação ou rejeição do trabalho no prazo máximo de 30 dias. Caso o manuscrito apresente deficiências formais, ou não esteja incluído no foco temático da publicação, o Conselho Editorial rejeita formalmente ou tematicamente o trabalho, em muitos casos sem opção de retorno. Ao contrário, se apresentar deficiências formais superficiais, será devolvido ao autor para correção antes do início do processo de avaliação. Nesta fase prévia, é muito importante que o manuscrito seja autoverificado antes de ser enviado.
Em revistas muito conceituadas, os manuscritos são sempre avaliados com muito rigor, uma vez que a revisão científica é o cerne da qualidade (é valorizada a pesquisa, não o pesquisador). Em “Comunicar” este processo pode ser submetido a 10-15 especialistas em média, de forma anónima. Os seus relatórios externos são fundamentais para a aceitação/rejeição do trabalho, bem como se procede modificá-lo em termos de extensão, estrutura ou estilo, respeitando o conteúdo do original.
O protocolo seguido pelos revisores da revista deve ser sempre público para todos, especialmente para os autores. O prazo de avaliação científica do trabalho também deve ser publicado, e nunca deve ser um tempo máximo superior à periodicidade da revista. Por exemplo, em “Comunicar” o tempo médio para revisão científica é de 50 dias e para a aceitação final de 50 dias (ou seja, um total de 100 dias).
Todos os autores devem receber, em nome da transparência do processo, os relatórios de avaliação científica de forma anónima, para que possam fazer as melhoras ou as réplicas adequadas, se for o caso.
Igualmente, os autores dos artigos aceites devem solicitar, antes da edição final, as provas de impressão para sua correção orto-tipográfica.
As revistas de prestígio internacional também optam por ter uma versão final em inglês, a fim de garantir a sua consulta e divulgação. O texto traduzido deve ter qualidade profissional. Da mesma forma, é muito comum neste tipo de publicações que os artigos estejam previamente disponíveis com o DOI numa secção de Preprints (artigos na imprensa) no site oficial da revista.
Em revistas de prestígio internacional, como em “Comunicar”, os critérios que justificam a decisão sobre a aceitação/rejeição dos trabalhos por parte do Conselho Editorial são os seguintes:
- Atualidade e novidade.
- Relevância e significado: avanço do conhecimento científico.
- Originalidade.
- Fiabilidade e validade científica: qualidade metodológica contrastada.
- Organização (coerência lógica e apresentação formal).
- Apoio externo e financiamento público/privado.
- Coautorias e grau de internacionalização da proposta e da equipa.
- Apresentação: boa escrita.
Finalmente, é muito comum neste tipo de publicações que uma vez publicados os seus manuscritos, após um árduo processo de seleção e altos índices de rejeição, os autores se tornem membros do Conselho Internacional de Revisores Científicos, a fim de preservar o processo de revisão cega que é atualmente a melhor garantia da qualidade de uma revista internacional.
Autor do post em espanhol: Ignacio Aguaded
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